A Atenção Primária à Saúde (APS) da cidade do Rio de Janeiro está ganhando novos reconhecimentos pelo mundo. O modelo de saúde básica do município foi apresentado no continente europeu, na Universidade de Viena, na Áustria, em participação da enfermeira Jacqueline de Carvalho, coordenadora do Programa de Residência em Enfermagem de Família e Comunidade da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). A profissional da SMS foi convidada para a conferência anual “European Forum for Primary Care”, tendo foco nas ações primárias em saúde.
O congresso em Viena reuniu diversos países e aconteceu entre os dias 7 e 9 de setembro. Na programação, a coordenadora Jacqueline participou de um debate de 45 minutos junto com a representante do Ministério da Saúde, Aline Pereira. Elas apresentaram os avanços da enfermagem brasileira, especialmente a carioca, que trouxeram melhoria do cuidado ofertado à população. Além do congresso, haverá uma agenda no dia 11 de setembro na Universidade de Viena para discutir a possibilidade de cooperação internacional.
O município do Rio vem protagonizando importantes avanços nas práticas de enfermagem na APS e despertando interesse internacional. Este ano, a cobertura de saúde da família alcançou 81%, uma das maiores do país e da história da cidade. Sem contar com o destaque do Rio de Janeiro no primeiro quadrimestre de 2025 nos indicadores do serviço da Atenção Primária à Saúde do programa Previne Brasil, do Ministério da Saúde.
A gestão do SUS do Rio de Janeiro vem atraindo olhares locais de outros estados brasileiros e de países afora. Somente no mês de agosto, o ministro da Província de Buenos Aires (Argentina), a organização americana The Rockefeller Foundation e a Secretaria de Saúde de Recife conheceram algumas unidades da rede municipal do Rio, entre elas o Super Centro Carioca de Vacinação, em Botafogo, e o Super Centro Carioca de Saúde, em Benfica, o Centro de Inteligência Epidemiológica e a Clínica da Família Maria do Socorro Silva e Souza, na Rocinha. Em abril, um agente comunitário de saúde da SMS integrou em Londres o projeto ResiliSUS, da Fiocruz em parceria com o Departamento de Saúde Pública do Imperial College London.
– Acredito que o fator decisivo para esse convite foi o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelas enfermeiras cariocas, que têm mostrado como a qualificação da prática clínica fortalece a resolutividade da APS. Sermos escolhidos para simbolizar um padrão de qualidade técnica tão elevado é um reconhecimento importante. Para mim, simboliza o resultado de uma política pública que tem investido na qualificação da maior categoria profissional da saúde. A participação do Brasil demonstra como o nosso modelo de APS no SUS, com forte presença da enfermagem, pode contribuir para a qualificação do cuidado em nível global, e não apenas avança internamente, mas também inspira modelos internacionais. Para nós, é a oportunidade de aprender com outras experiências e estabelecer colaborações que impactem diretamente a melhoria da prática clínica e da gestão no nosso país -, compartilhou Jacqueline.
Categoria: